quarta-feira, outubro 27

Confira alguns alimentos que têm o poder de estimular o apetite


Você sai de casa com a proposta de não se render a nenhum petisco sugerido pelos amigos. Vai para uma happy hour, após o expediente, quando alguém tem a ideia de pedir apenas uma porção de batatas. Você topa, afinal, não pretende comer mais do que duas ou três. Sua sorte está lançada. As batatas são apenas o início de muitas outras porções que começam a chegar. E o que deveria ser apenas um encontro entre amigos transforma-se em um belo banquete. O grupo se anima e ninguém economiza na quantidade, nem nas calorias. No final da noite, você se lembra, bem vagamente, que não pretendia comer. Mas é tarde demais até para isso. A barriga já está (bem) cheia.

Confira alguns alimentos que enganam o organismo e levam a pessoa ao exagero

Situações como a descrita acima são comuns para a maioria da população. O cenário muda, as pessoas também, mas é difícil não se render a certos alimentos. Eles parecem fazer jus ao slogan de um produto: é impossível comer um só. Um recente estudo prova que não é só impressão ou gula, mas alguns alimentos realmente estimulam que continuemos a comê-los. Mais do que isso: eles teriam propriedades capazes de fazer com que o organismo sinta necessidade de comer mais - não apenas o produto em questão, mas qualquer outra coisa.

Pesquisadores apontam que mecanismos fisiológicos e características específicas de alguns alimentos podem levar as pessoas a comerem mais do que deveriam, burlando os mecanismos que levam à sensação de saciedade. "Alguns alimentos possuem elementos como gorduras saturadas, carboidratos e alto teor de sódio, que alteram a produção de insulina e leptina, os hormônios responsáveis pelo apetite e pela saciedade", explica a nutricionista do Hospital Amaral Carvalho, Maria Helena Arroyos Hilário.

Os inimigos

Petiscos fritos, guloseimas, pães brancos, fast food, sopas industrializadas, doces, refrigerantes, massas de trigo branco, batata frita, refinados. Se você quiser manter sua saúde e seu peso em dia, deve evitar o consumo desses 'vilões'.

E não pense que eles burlam a sensação de saciedade apenas enquanto são ingeridos. Uma pesquisa norte-americana divulgada no último mês no "Journal of Clinical Investigation" aponta que o ácido palmítico (substância presente em alimentos ricos em gorduras saturadas) altera a excreção de insulina e leptina, hormônios relacionados ao apetite e à saciedade. E os efeitos dessa mudança podem durar até três dias.

Alguns pesquisadores argumentam que isso, na teoria, pode até ajudar a explicar por que algumas pessoas sentem mais fome às segundas-feiras, já que a maioria abusa desses alimentos nos fins de semana. Maria Helena explica que se alguém ingerir fritas na sexta-feira, por exemplo, a gordura saturada - o que, para piorar, deixa os alimentos ainda mais saborosos - irá proporcionar maior consumo de outros itens e menos poder de saciedade.

O sorvete derrete e...

Além da resistência dos hormônios, outros mecanismos também ajudam a burlar as mensagens de saciedade emitidas pelo cérebro. Mudanças sensoriais muito rápidas diminuem a sensação de saciedade, dando subsídios para que os especialistas chamam de "teoria do contraste dinâmico". Ela ajuda a explicar porque os alimentos com propriedades sensoriais que mudam rapidamente no contato com a boca são os preferidos.

É o que ocorre com o sorvete, por exemplo. A temperatura do corpo faz com que o alimento mude de sólido para líquido, o que leva o organismo a libertar substâncias que superestimulam o prazer pelo alimento. Segurar a vontade de comer mais é praticamente impossível.

Atenção

Reconhecer os ingredientes que levam ao engano do organismo e não se deixar levar somente pela sensação de saciedade para encerrar uma refeição ou rodada para petiscos pode ser crucial para evitar ganho de peso indesejado ou prejuízos à saúde.

Do Portal Uai